terça-feira, 3 de novembro de 2009

Notas crepusculares

Viver nas grandes cidades é não poder reservar nem breves minutos para observações muito simples. Talvez por isso mesmo os urbanoides fiquem pasmados com um trivial pôr-do-sol, tanto que nesta capital piratininga há até praça com este nome, onde pode-se contemplar - ainda de graça! - bela cena crepuscular da cidade.

Engraçado como mudam as impressões fora da metrópole. Quem tem avós, tios ou pais que viveram na roça ou em vilas pequenas já deve ter ouvido que o entardecer no interior é muito melancólico. Não sei se, quando me disseram isso, não compreendi o sentido do comentário ou se reservei a mim o direito de discordar. Vai ver o consideram melancólico porque, como seres de hábitos diurnos, sejam sensíveis aos sinais da parte da natureza que se aquieta à medida que a escuridão se impõe. Mas bem conheço o entardecer na terra dos mares-de-morros, luz solar roçando o cocuruto das montanhas e o estreito fundo de vale mergulhado em penumbra, morros de um lado, morros de outro, horizonte tão recortado que parece esconder o sol sempre antes do tempo. Comum, mas não melancólico.

Se pra eles o pôr-do-sol lá tingia-se de melancolia, é porque não viram o cair da tarde no interior paulista, de relevo bem comportado, que até hoje me chama a atenção pela monotonia das linhas, aquela amplidão indecente nos atirando à face nossa pequenina significância em um mundo tão vasto, dizendo "veja só o mundo, como é muito maior que o teu!"... No planalto paulista não há qualquer elevação que abrevie o arrastado extinguir das luzes.

E por isso, em pleno novembro, fiquei hoje boquiaberto no cerrado paulista com um belíssimo crepúsculo que parecia de inverno, evento raro até maio chegar. E, sinceramente, não é melancólico, seduz.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Obviedades I


Há um ditado que diz que só paramos de aprender ao fecharmos os olhos pela última vez. É certo que, por motivos específicos, o dizer não se aplica a alguns indivíduos, mas não é deles que este post trata.

As árvores crescem na direção em que melhor podem aproveitar a luz solar, aprendemos lá na escola. Elas não o fazem porque uma decide sobre o crescimento da vizinha, que faz o mesmo com a seguinte. Se posso assim dizer, cada uma simplesmente segue um princípio que lhe é vital; se tiverem de tomar outro lado ao crescer, tomam. Ao seguirmos a vida, refazemos algumas opiniões, não porque, como se costuma dizer, viramos a casaca, ao contrário, há ocasiões em que, por mantermos alguns valores inalterados, descobrimos uma melhor forma de proceder. Tais ajustes de rota nem sempre são fáceis. Podem ser dolorosos a quem é dependente da unânime aprovação alheia por haverem perdido a auto-confiança. Podem ser impossíveis para os que não entendem que uma opinião oposta à sua pode até ensiná-lo mais sobre um princípio que já defendia há muito tempo. Triste é quando vemos os primeiros se consumirem em se convencer ou serem aplaudidos e os últimos se desgastarem em esconjurar o próximo e ou convertê-lo forçosamente.

(A despeito da metáfora, não virei leitor de obras de auto-ajuda, não gosto, e nada contra quem lê.)

domingo, 9 de agosto de 2009

Primeiro fim de semana da nova lei antifumo

Desde a última sexta-feira, valem em todo o Estado de São Paulo as novas restrições ao ato de fumar em ambientes de uso coletivo, estabelecidas pela
nova lei antifumo. Não deixa de ser curioso que essa lei tenha começado a viger bem em um fim de semana, quando comumente é maior o movimento nos bares, baladas e afins.

Nos bares, espalharam pelas paredes afora o logotipo da lei, o mapa do estado formando um sinal de proibido fumar. E nem as mesas da calçada escaparam, espetaram o logotipo nos galhos das árvores próximas às mesas. Se um freguês levava a mão ao maço de cigarros, o garçom apontava com o indicador na direção da árvore que ostentava o aviso. Quem tentou negociar a proibição com uma conversinha, ouviu do garçom que, mesmo estando as mesas do lado de fora do bar, era aquele um ambiente de uso coletivo cedido ao uso do bar, o estabelecimento seria prejudicado se alguém fumasse ali, etc. Quem quisesse fumar, deveria descer o meio-fio. Assim alguns fizeram, aí a dificuldade era arrumar um lugar junto aos carros estacionados sem se jogar na frente dos veículos que passavam pela avenida.

Mas todos sabemos que com criatividade se vence melhor os obstáculos da vida. Houve um sujeito que atravessou a pista carregando consigo uma cadeira, chegou no canteiro central, instalou a cadeira embaixo da árvore e ali ficou folgadamente a aproveitar seu cigarro. Em pouco tempo outros amigos da confraria se achegaram.

Na esquina, um grupinho de fumantes se sociabilizava entre um cigarro e outro, mas sempre abaixo do meio-fio, nada de fumar na calçada. De vez em quando, alguém caminhava ao longo da frente do bar por entre as mesas com o cigarro aceso, talvez só para desfilar mesmo, tanto que sossegaram o facho quando viram que fregueses e garçons ignoraram solenemente a exibição.

Como infelizmente sobram neste mundo os espíritos de porco, houve quem driblou a lei de forma ignominiosa e, covardemente, foi fumar no banheiro. Como se a catinga se dissipasse ao jogar a bituca na privada e acionar a descarga, tsc tsc tsc... E o próximo ocupante do cubículo que se virasse para respirar lá dentro.

Como não-fumante, só tenho a elogiar os efeitos imediatos da lei. Não respirei fumaça fedorenta, minhas roupas não voltaram catingando a nicotina. Não obstante ser um beneficiado, sinceramente, eu questiono um pouco o método. Ficou uma coisa meio AI-5, se é que ainda há brasileiros nascidos pós-79 que saibam o que foi isso. Além disso, falta muito para que os ares desta Vila de Piratininga deixem de ser nocivos aos pulmões dos moradores, havendo ou não cigarros acesos pela rua afora. Os governantes até podem alegar que, para resolver isso, implantaram a tal da inspeção veicular ambiental e que também se estuda cobrar pedágio para trafegar no centro em dias de alta poluição do ar. Fingem que o problema pode se resolver com soluções-nas-coxas, pois é mais fácil do que colocar de fato o dedo na ferida.


São Paulo vista a partir da Serra da Cantareira - Maio/2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ainda vales ouro

Sim, ultimamente vens perdendo adeptos. Incômoda, tua mudez soa-lhes intolerável. Evitam continuamente a ti, mesmo quando estão sozinhos, apelam a todo artifício, modernas engenhocas que também privam terceiros de tua companhia. Encaremos a verdade, ficaste anacrônico! Tens imensa lista de concorrentes muito mais sedutores a esses pobres. Acaso não te ocorreste a ideia do quanto te tornaste inconveniente a todos eles? Eis que belos autômatos, absortos em sua loucura, sua aflição os fagocita sem qualquer oposição.

Mesmo eu, desde tenra idade teu entusiasta, admito haver provado uma gota da tua aridez de que tanto se queixam. Também conheci a tormenta com que costumas agitar-nos algumas noites. Todavia não permiti que se dissipasse a estima que tenho por ti, deixei-a encerrada naquele tosco baú ocasionalmente aberto se nos encontrávamos pelas trilhas da vida. Aquiesci, então, com outra chance, e a recompensa foi sublime! Trouxeste-me valiosíssimo tesouro, quem eu já não procurava há muito, voz que demorei a reconhecer e que levou ao colapso toda resistência que ainda se armava. Generosa, sorriu-me nos olhos. Amorosa, tocou-me o peito. Acolhedora, reconfortante abrigo em que novamente descansei. Agora percebo com maior clareza – tu que me levaste a ela.

Como entender os que aparentam uma pontinha de orgulho em te expulsar até das madrugadas frias desta metrópole? Insaciáveis, já tentam banir-te das vilas cravadas nas serras mais remotas. Néscios! Encaro a todos pesaroso. Respeitarei, contudo, sua decisão de continuarem a ferir seus ouvidos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tempo (km)

E como nos deixamos absorver por nossas obrigações quotidianas, que demandam cada vez mais horas de nosso dia e mais sábados e mais domingos, comumente levamos imenso susto quando algum acaso nos atira à cara indícios da passagem do tempo. Às vezes os amigos mandam emails sugerindo links para comerciais de nossa infância no YouTube. Um dia o professor se dá conta de que seus alunos foram alfabetizados na época em que ele entrara na universidade. De repente, o filho que viste nascer põe-se de pé e vence alguns metros da sala sozinho e sem escoras.

Há quem dê à expressão metafórica "caminhos trilhados na vida" um sentido mais literal, e mede suas experiências em km rodados. Esses costumam se assustar com a passagem do tempo ao olharem o hodômetro do carro. E cada quilometragem redonda é como se fosse uma idade marcante. Eu ainda não cheguei a esse extremo, mas confesso que abro um sutil sorriso quando vejo exposto no painel 10.000km, 20.000km, etc. Infelizmente deixei passar a marca dos 50.000, mas a foto dos 51.000 ficou bonita assim mesmo. Se eu fosse judeu, até poderia me resignar dizendo que foi melhor assim por causa da hora em que a foto foi tirada. Mas confesso que no momento do 50.000 não havia condições de brecar o carro e documentar o evento.

No histórico, momentos de gozo, outros de choro, conselhos dados, alguns recebidos, madrugadas frias, sol esturricando, maresia, alto de serra, verdades doces e amargas, asfalto impecável, algum atoleiro, granizo barulhento, luar de cinema, água com gasolina, bicicleta pendurada. E por que as pessoas se incomodam tanto quando contemplam sua própria idade?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

E aí, foi bom pra você?


Podemos ter a sorte de trabalhar na área do conhecimento em que nos formamos - sim, hoje isso é privilégio - ou em uma instituição que nos agrada, mesmo assim é comum nos delegarem, de vez em quando, um abacaxi incômodo de se descascar. Então, seja porque não há mais ninguém disponível que o assuma, ou porque seremos regiamente pagos pelo trabalho extra, ou simplesmente porque temos dificuldade em falar 'não', passamos a dedicar boas horas do nosso dia à tarefa.

Quando se trata de um trabalho que atropela totalmente nosso planejamento, por mais aflição que isso possa nos causar, podemos encarar como um estímulo para concluí-lo o quanto antes. Nesse caminho, percebemos que a paciência é uma virtude de contínuo aprendizado e aperfeiçoamento.

Quem dera eu fosse um sujeito assim tão elevado, ao contrário, quando penso que aprendi a abstrair o que não me agrada, eis que minha gastrite vem confirmar o que um professor proferiu sobre minha médica, "Não é café que te faz mal ao estômago". Em geral se opta por esse segundo caminho, o do desgaste. Todavia sou forçado a admitir que, de uns tempos pra cá, venho conseguindo notas um pouco mais honrosas nessa disciplina.

E, passado o tempo necessário, reparamos que o abacaxi está devidamente descascado, cortado e pronto para servir. Podemos enfim voltar à vaca fria, provavelmente não sem alguns dissabores, mas sem dúvida com mais bagagem, na cabeça e no espírito.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Brasileiros desde criancinha

Ao lado do edifício em que resido funciona uma escola particular, ali estabelecida há quase cento e vinte anos. Como as janelas do apartamento são voltadas ao pátio da escola, me habituei rapidamente a um costume seu de toda segunda-feira: o hasteamento da Bandeira Nacional devidamente acompanhado pela execução do Hino Nacional Brasileiro. Afora o pieguismo - meus olhos se enchem d'água em determinados versos do poema, quem dera fosse por ufanismo - de fato julgo se tratar de um momento muito precioso. E hoje me surpreendi, pois a chuva que caía nesta manhã não impediu a realização do momento cívico. Não houve hasteameno, mas executaram o Hino com as crianças abrigadas num pedacinho coberto do pátio.

Perguntaria o leitor onde está o motivo da surpresa. Sejamos honestos, em quantas escolas particulares hoje assistimos, pelo menos, a execuções do Hino Nacional com alguma frequência? Há aquelas que ainda o fazem na véspera do 7 de setembro, outras poucas pelo 15 de novembro. Pelo 21 de abril, então, se bobear só em Minas e olhe lá. Aliás, quem acerta o que se comemora nas três datas supracitadas sem titubear?

Sobre o desprezo para com o 7 de setembro já escrevi em 2007, quando ao andar por toda a extensão das Marginais Tietê e Pinheiros não vi uma referência sequer às cores nacionais no dia da Independência. Na verdade, tudo culpa nossa mesmo, tem gente que ignora a existência da lei que regula execuções do Hino, hasteamentos da Bandeira, uso das Armas Nacionais. E já que falamos nela, a Lei Federal 5.700/71, está lá em seu Art.14: "Nas escolas públicas ou particulares, é obrigatório o hasteamento solene da Bandeira Nacional, durante o ano letivo, pelo menos uma vez por semana."

Temos a lei, não a fazemos valer e depois reclamamos que não zelamos pelas instituições nacionais, pelo estado brasileiro, que não nos vemos como nação, etc etc etc. E como a lei que já existe não é cumprida, estão tratando de criar outra (Projeto de Lei 4627/09) para corrigir a redação da atual e tornar obrigatória e diária a execução do Hino Nacional nas escolas. A alegação principal do deputado que propõe a alteração é que notamos vários de nossos jogadores ficarem de boca fechada durante a execução do Hino na abertura dos jogos de futebol, inclusive os que ainda se dão ao trabalho de simular movimentos labiais na tentativa risível de camuflar para as câmeras de televisão o desconhecimento da letra.

Ainda que por motivo louvável, parece-me a iniciativa do deputado um desperdício de energia. Podia-se gastar os mesmos esforços em fazer cumprir o que já está estabelecido desde 1971 - execuções pelo menos semanais. Seria suficiente para evitar a difusão de outro péssimo hábito que já presenciei em muitos eventos oficiais: a patética salva de palmas terminada a execução do Hino, também proibida pela lei de 71. E nada garante que essa "nova" obrigação será cumprida; o que a impediria de se tornar letra morta como a atual?

Somos de fato patriotas muito desleixados. E se decorar o Hino Nacional não torna ninguém obrigatoriamente cidadão participativo e consciente, os que não têm alguns hábitos cultivados desde cedo também não vão encarnar por milagre o espírito cívico ao tirar o título de eleitor, que será só mais um de outros mil documentos que a burocracia nos cobra para não nos travar a vida.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma rapidinha pra fechar o dia

E quem também não acha que 513 deputados federais ainda não proporcionam emoções suficientes a este impávido colosso?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Paciência

do Lat. patientia

s.f.
Qualidade de paciente;
Virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes nem revolta;
Qualidade de quem espera com calma o que tarda;
Perseverança em continuar um trabalho apesar de suas dificuldades e demora;
Nome que se dá a vários entretenimentos com cartas de baralho.

Bot.
Planta poligonácea (Rumex patientia); labaça.

interj. com que se exorta a essa virtude.

Convenhamos, há dias em que só é fácil encontrá-la no dicionário mesmo.

terça-feira, 17 de março de 2009

Pós-25 (ou "bedjera")

"Depois dos 25, é ladeira abaixo". Ouvi essa frase aos 26 ou 27 anos, quando resmungava durante uma consulta médica contra os resultados de um exame de sangue. Que ousadia a daquela resma de papel a me acusar de abusos com LDL e triglicerídeos? "Isso é coisa de velho, doutor, nunca tive dessas macacoas antes", e o médico foi categórico: "Meu caro, deixe eu te dizer uma verdade nada agradável: depois dos 25, é ladeira abaixo mesmo!"

De lá pra cá repito esse axioma para os amigos, que também confessam se sentir corroborando o dito do médico. "É a 'bedjera' chegando!" E o axioma fez-se dogma, ao qual eu recorro mais para justificar eventuais lapsos de memória, mesmo sabendo não ser exatamente esse o contexto em que deveria ser aplicado.

Agora resolveram formalizar a coisa cientificamente. O Globo Online publicou hoje: "Capacidade mental começa a diminuir aos 27 anos, diz estudo". Tudo bem, 2 anos está dentro do desvio padrão. Mas brequei a comemoração ao ler que, especificamente no caso da memória, o estudo aponta que ela fica intacta até os 37 anos em média. Pois é, aí fiquei fora até do desvio padrão. Mas faz mal não, nunca tive problemas em me assumir como velho desde, desde, sei lá desde quando. É até bom, às vezes tacham umas opiniões minhas como um tiquim intolerantes ou antiquadas. "É gente velha que pensa assim!", "Uai, mas eu sou velho, você queria o quê?" E a pessoa fica sem argumento :^)

Mas há também vantagens sob aspectos mais comezinhos da vida. Ano passado - não, acho que foi em 2007, não sei ao certo - criei vergonha na cara e comprei uma dessas estantes de plástico antes que os vários livros que já não cabiam na prateleira iniciassem uma revolução e me exilassem de meu próprio quarto. Em poucos meses já não cabia nada mais na estante nova, atualmente envergada já. Tsc tsc tsc... demorei a me dar conta de uma outra verdade: pra quê comparar mais livro se, com essa memória volátil, pode-se reler a mesma história que se continua sem saber o que vai rolar na página seguinte? Corolário: bastam 20 livros na estante para garantir leitura o resto da vida (Morwen, 2008. Não, acho que 2009).

O pior é que continuo me esquecendo disso quando vou nos sebos do centro ou na Livraria Cultura. "É a 'bedjera' chegando!" :^D

quarta-feira, 4 de março de 2009

Confesso



Agudas, limosas, oblíquas, rolantes.

Degraus, escoras, alicerce.

Sim, meu conterrâneo, são muitas delas no meio do caminho

Cansativo, embora sem elas, por vezes, não exiba a mesma graça.

E em outras, nenhum sentido.

terça-feira, 3 de março de 2009

Kassab e Jânio

Conta-se que, quando prefeito da capital paulista pela segunda vez, Jânio Quadros, já com a saúde abalada, descuidou dos gastos da prefeitura. No segundo semestre de 1988, o último de sua gestão, não houve verba, por exemplo, para a compra das lâmpadas dos semáforos da cidade. Eu ainda não morava aqui, mas cidadãos conscientes e atenciosos, classe cada vez mais rara, já me falaram desse episódio algumas vezes.

Contamos desde então 20 anos, e por esses dias recordo tal história no percurso casa-trabalho. A quantidade de semáforos com lâmpadas apagadas é danada! Braz Leme, Sumaré, Pacaembu, Pedroso de Moraes, Heitor Penteado, Cruzeiro do Sul, em todas essas avenidas podemos contar semáforos caolhos, quando não totalmente apagados, em pelo menos um de seus cruzamentos. Voluntários da Pátria, Mourato Coelho, Canadá, viadutos da Vergueiro sobre a 23 de Maio... Parece que a razão desta vez não é caixa vazio, houve problemas no cronograma da licitação para compra das lâmpadas. A se cumprirem os prazos comumente observados em tais trâmites...

Deve ser esta uma das premissas do tal choque de gestão: "Chefe, precisamos de lâmpadas para os faróis, vamos licitar!", "Que licitar nada, pega mais uma lá no almoxarifado", "Chefe, já zeramos o estoque!", "Relaxe, meu caro, o congestionamento na cidade só piora, para que mais lâmpada daqui pra frente?"