segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Se é assim em nossa democracia, assim será

Dia desses vasculhei minha pequena bagunça em busca de comprovantes de votação e ou justificativa dos últimos dois pleitos para solicitar um documento. Achei-os junto com canhotos de votações ainda mais antigas, e me dei conta da baixa freqüência com que, de fato, votei em um candidato nos últimos anos.

Eu me mudei para a capital de São Paulo há quase doze anos. No início, como meu vínculo com a cidade era quase nulo, ao passo que minhas relações sociais ainda aconteciam preponderantemente do lado de lá da Mantiqueira e do Paraíba do Sul, sempre me envolvia muito mais com processos eleitorais de lá do que com os daqui. O vínculo crescente com São Paulo foi me despertando interesse pelas decisões políticas desta cidade. Contribuía para isso, confesso, o péssimo nível dos candidatos à prefeitura lá da terrinha. Não obstante a roubalheira explícita de alguns que por lá passaram, a cidade chegou mesmo a eleger um deles sob a vergonhosa e esfarrapda desculpa do "rouba, mas faz".

Acabei, assim, sem escolher um prefeito durante toda essa fase paulista, teclar na urna eletrônica só nas eleições para presidente e governador, nas quais quase sempre fiz questão de comparecer. E enquanto meu interesse pela política municipal da terrinha minguava, sempre demonstrava simpatia por algum candidato em São Paulo.

Ano passado, finalmente, transferi para cá meu título - e agora com RG e CNH emitidos aqui, foi inevitável me tornar cidadão paulistano, mas o "uai" faço questão de manter! - e estrearia justamente numa eleição municipal. Hoje nas duas cidades houve segundo turno. Tanto lá como aqui o debate teve seu foco mudado das questões essenciais para a desmoralização pessoal. Aqui nenhum dos postulantes me seduziu em absolutamente nada, o que venceu não penso que vá trazer nada do que a cidade efetivamente necessita, e a que perdeu eu tenho dúvidas de que viesse a fazer tão melhor. Lá, no entanto, pela primeira vez, vi despontar um nome a quem valia a pena dar uma chance, concorrendo com um nome conhecido, cuja gestão anterior não deu nenhuma feliz lembrança para o cidadão que se importa com a evolução da cidade.

Infelizmente, não creio que a terrinha terá do que se orgulhar nos próximos quatro anos. Verdade que meu voto lá não alteraria o resultado, da mesma forma que aqui esse ano ele de nada valeu. Isso não me incomoda, não encaro eleição como jogo do bicho ou da loteria. O que me frustra de fato é ver aqui uma perda de tempo e energia imensa, na campanha e no porvir, e lá um indigesto retrocesso cujo preço eu torço para que não seja muito alto.

Daqui a dois anos tem mais.

sábado, 25 de outubro de 2008

Da reabertura desta mesa

E após 3 anos de ostracismo, esta mesa retorna à atividade.