segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Nossas casas

Tristeza vermos nossas casas entregues aos ratos. Lá crescemos, tivemos formação, acolhedoras, umas dadivosas por natureza, outras orgulhosos de seu zelo bastante confundido com rigor arcaico, são tantas, e todas elas perdem seu viço paulatinamente, um ruir quase em surdina. Triste, porque nelas ainda habitam quem poderia manter sua fortaleza, alguns chegam mesmo a se mobilizar, teimam, mas a cegueira - ou a indiferença - de muitos são o combustível mais potente dos que as assolam com sua mesquinhez. Triste, porque há quem aponte o caminho correto, e são palavras ao vento, sua resistência é pífia ante a inércia gigantesca.

Ah, a família? Uai, graças a Deus, vai muito bem, obrigado.

Voltemos, pois, às casas.

Mesmo sabendo que elas, infelizmente, permanecerão entregues aos ratos.

Um comentário:

Patricia disse...

Eu sempre dizia aos militantes profissionais da faculdade: para que cuidar do nosso próprio quintal se é mais fácil criticar a casa dos outros?